quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Olha o livro aí, dona Maria!

Fonte: Fundação Biblioteca Nacional

O Rio Grande Sul detém mais da metade dos eventos literários realizados no Brasil, de acordo com o Circuito Nacional de Feiras de Livro, da Fundação Biblioteca Nacional. O Estado sulista concentra 57% dos festivais - a região Sul 62% no total. São Paulo está em segundo lugar com 7% dos eventos. Enquanto a região Sudeste concentra 17% das feiras, o Nordeste segue com 13%. Atualmente, o Centro-Oeste é a região com menor índice de eventos literários, apenas 2%. Ao todo, mais de 200 festivais integram o calendário nacional - no que diz respeito aos eventos com apoio da FBN. Segundo a entidade, as feiras reúnem cerca de 10 milhões de leitores a cada ano. Ontem (26/2), o Projeto Caravana de Escritores da FBN-MinC deu início ao 1° Circuito Pré-Feira de Livros do Amapá 2013.

segunda-feira, fevereiro 25, 2013

Achados e perdidos


Durante reformas realizadas na casa do poeta Rudyard Kipling, em Manhattan, foram descobertos cerca de 50 poemas desconhecidos e não publicados do autor. O caderno de literatura do jornal britânico The Guardian trouxe matéria sobre a recente publicação do material perdido, assim como o poema "The Press". Abaixo, uma humilde livre-tradução:

A Mídia

Porque não escreves uma coluna -
 Ou não cortas o cabelo?
Arredondas a encravada unha
 Ou a deixas quadrada no dedo?
Coloque isso no papel,
 Uma coluna diária e matinal.
Por isso, en passant, não cesso minha dúvida
 Porque não escreves uma coluna?

Qual foi sua última religião?
 Será que acreditas em algo?
Vestindo-se com um autêntico Jaeger-wool
 Colorido, tweed ou listrado?
Quais os livros te ajudaram na pior
 Ao longo dos caminhos teus
Ou costumas utilizar o "d" menor
 Sempre que escreves Deus?

Tens a esperança de ingressar
 Na cúpula dos imortais da fama?
A própria roupa cuidas de lavar
 Ou levas tudo pra casa da mama?
Tens ainda alguma moral?
 Seu caráter estás a arder?
Qual era mesmo o nome da tua esposa?
 Quanto ela fez por merecer?

Amigo, eu tive segredos
 Vergonha, sofrimento e defeitos -
Prometa que não contas a ninguém
 Qual seria o teu menor preço?
Toda doméstica desprezo
 Todo mordomo conjetura
Conte isso aos teus leitores
 E nós cuidaremos do resto.

Porque não escreves uma coluna?

[Setembro 1899]

Fonte: The Guardian

Códigos sociais: compartilhando dados genéticos na web


Autor: Daniela Hernandez

Os genes migraram para os mobiles. Em setembro, a empresa de produtos genômicos 23andMe anunciou a abertura de uma API ainda inédita que permite a interação de aplicativos com as informações de diversos bancos de dados. Desde então, desenvolvedores já enviaram mais de 200 novas apps sobre o tema para a equipe do Google. 

A 23andMe mantém em segredo o nome desses desenvolvedores, mas adianta que todos eles estão trabalhando em sistemas que integram arquivos digitais com dados de saúde e informações genéticas. Além de dar suporte para novos estudos nos grandes centros de pesquisa, a plataforma servirá de base para a construção de aplicativos na área de saúde focados em dieta, nutrição e sono. 

Outro interesse dos desenvolvedores é a criação de sites que hospedem informações genéticas e que disponibilizem mecanismos para a realização de combinações genômicas de acordo com o perfil do usuário, a exemplo dos sites FitBit e Zeo.

De olho nesse mercado, a 23andMe lançou, em junho, uma app gratuita e que permite ao usuário participar de pesquisas, acessar dados genéticos e enviar resultados pessoais por email aos seus contatos. É um aplicativo que funciona como “um sistema de operação do genoma, uma ferramenta que controla a maneira como seu genoma será utilizado online”, disse Mike Polcari, diretor da empresa.

Tais aplicativos se conectam diretamente com o sistema da 23andMe, especialmente aqueles no campo da saúde e que antecipam, via mobile, questões de ordem genética. Através dessas apps, o usuário pode acessar, compartilhar e discutir, suas informações genéticas ou mesmo suas características fenotípicas – como sente, vê, percebe ou define gostos, sabores ou paisagens, por exemplo – em qualquer lugar, a qualquer hora, e em alguns casos, sem estar conectado a um computador.

Por enquanto, tudo isso não passa de uma forma de compartilhar informações diretamente das apps, mas a empresa afirma que “já trabalha na incorporação de diversas outras características sociais nas próximas atualizações”.

Atualmente, qualquer pessoa pode compartilhar seus dados genéticos diretamente com outras interfaces como o banco de dados público de genoma, o openSNP, desde que solicitado a 23andMe o livre acesso ao programa, ou através de aplicativos móveis como o DIYGenomics. No entanto, os dois processos podem ser entediantes: ambos exigem do usuário o upload manual das informações.

Mesmo assim a 23andMe acredita que resultados genômicos são ótimos produtos comerciais. O anúncio da abertura da API, em conjunto com a recente aquisição da CureTogether, uma rede social de apoio onde os usuários podem ranquear mais de 500 situações de tratamento, colocou a empresa em posição de destaque no que diz respeito à monetização e lançamento de tendências nas comunidades online relacionadas ao tema DNA.

No próprio site da 23andMe, é possível  encontrar diversas comunidades com centenas de membros e com discussões avançadas sobre uma variedade de tópicos de saúde.

Usuária do 23andMe, Cynthia Manley diz que concorda com a visão da empresa, embora não admita a questão das características sociais. “Eu não tenho certeza se é legal encher meus contatos com essas informações”, disse Manley, que é estrategista de mídias sociais na Vanderbilt University Medical Center, em Nashville. Manley, que é usuária do aplicativo há cerca de um mês, diz que utiliza o serviço com  regularidade diretamente no seu celular.

O vício no envio de notificações ao 23andMe, porém, já é visto como algo que pode acelerar uma significativa mudança de comportamento. “Para certos usuários, isso poderá ser um elemento de exibicionismo, exatamente como acontece hoje em dia”, disse a antropóloga Brenda Bradley, da Universidade de Yale.

A 23andMe, que se autoproclama no seu blog a primeira rede social de genética, tem algo em torno de 150.000 usuários. Embora não confirme quantos novos membros se cadastram todos os meses, a empresa afirma ter registrado um crescimento anual de 100% nos últimos anos.

Alguns usuários, como o bioquímico, fundador e colaborador da Wired, Aaron Rowe, acredita que “as pessoas não vão passar muito tempo nessas plataformas”. Mas, ao passo que as novas tecnologias se tornarem mais baratas e as APIs se abrirem totalmente, os atrativos aumentarão, assim como o número de usuários que irão gastar mais tempo em espaços como o 23andMe. 

Pensando nisso, a empresa iniciou a aquisição de laboratórios de entretenimento, como o DNA Melody, que transforma o seu DNA em música, e o Neanderthal Ancestry, que calcula através do DNA de um neandertal qual a personalidade que ele teria, de acordo com o website, além da marcação dele no Foursquare. 

Segundo Misha Angrist, geneticista do Institute for Genome Science and Policy at Duke University, se a cultura jovem abraçar o conhecimento do genoma humano através das redes sociais voltadas para esse assunto, “isso será muito bom. Você poderá ter um botão sobre seu status de relacionamento ou um mapa que indica tudo o que você é geneticamente.” Dados que, na opinião de Angrist, também usuária do 23andMe, serão compartilhados normalmente.

Conforme o compartilhamento de informações genéticas avança, novos questionamentos a respeito das informações pessoais que serão acessadas estão surgindo. Cynthia Manley, por exemplo, se mostra preocupada com o fato de que, ao compartilhar seus genes agora, os cientistas podem descobrir no futuro uma eventual mutação genética que ela pode não querer revelar. 

A estrategista não está sozinha nessa opinião. “Meu maior receio é com a proteção da nossa privacidade no futuro. Talvez agora mesmo, você esteja ansioso para compartilhar suas informações genéticas, mas talvez daqui a 30 anos você pode não querer que aquilo tudo esteja lá”, disse Bradley, a antropóloga de Yale. 

Polcari não sabe dizer como alguns usuários do 23andMe vão lidar com o fato de seus dados genéticos estarem visíveis e sobre total responsabilidade dos desenvolvedores, mas ele espera não ter problemas, e que tudo se resuma em uma app de celular. "Nós estamos apenas começamos" disse ele. 

Aliás, desde que começou a crescer, a 23andMe encara os mesmos desafios que o Twitter e o Facebook tiveram que enfrentar: como monetizar as informações, permitir o acesso dos desenvolvedores a esses dados e proteger a privacidade dos usuários? E mais: como encorajá-los a compartilhar cada vez mais?

No que diz respeito aos desenvolvedores, a empresa possui um contrato de trabalho contendo uma cláusula de garantia que estabelece "o máximo cumprimento na aplicação das leis, bem como a concordância (dos desenvolvedores) quanto a inocência e idoneidade da 23andMe... que é isenta de qualquer responsabilidade atribuída ao mau uso das APIs."

Quanto aos usuários, "o ônus do compartilhamento", diz Polcari, "é definitivamente individual".

Fonte: Wired.com

Entrevista: editora da Granta Noruega



Autor: Ted Hodgkinson

O último 31 de janeiro foi marcado pelo lançamento da Granta Noruega, publicada pela Gyldendal. O primeiro número, cujo tema é Tragédias, traz não só os escritores noruegueses como também os colaboradores da última edição em inglês – que inclui nomes como Alice Munro, Roberto Bolaño e Jennifer Egan. Em meio ao número crescente de versões internacionais, a editora norueguesa de novidades da Granta, Trude Rønnestad, falou ao editor online Ted Hodgkinson sobre a satisfação de selecionar o tema e como ela conheceu a revista.

TH: Dar espaço às variadas vozes e estilos da literatura norueguesa esteve entre as suas preocupações enquanto selecionava os escritores para compor esse primeiro número da Granta?

TR: Sim, até certo ponto tentei fazer um número que gira bastante em torno da imagem da literatura norueguesa. Aqui, é considerável a variedade em termos de gerações e níveis de experiência – mas também de pontos de vista, formas, estilos e gêneros. Na Noruega, existem muitos bons escritores de não-ficção também – e que, na minha opinião, não poderiam ser esquecidos. Com certeza, esses escritores que falam da Noruega contemporânea não estão representados neste primeiro número da Granta. Tive que selecionar trabalhos com uma linguagem mais abrangente – onde a narrativa é o principal: e curta, como são os textos da Granta.

É mais fácil distinguir os escritores dessa edição pelos conceitos em comum que são compartilhados ou por suas diferenças?

Suspeito que eu não seja a melhor pessoa para responder essa pergunta, o leitor estrangeiro provavelmente irá reconhecer muito bem esses traços que as histórias norueguesas têm em comum; embora, para mim, elas sejam completamente distintas. O humor é diferente, assim como as experiências e os projetos literários. Entretanto, eu tenho certeza de que alguém pode perceber, ou esboçar, alguma coisa particular da identidade norueguesa em diversos textos, ainda que os temas trabalhados sejam universais. Além do mais, as características físicas dos personagens são particularmente norueguesas, sejam eles das grandes cidades, do litoral ou do interior.

O tema "Tragédia" parece se encaixar muito bem com a atual situação mundial; como você chegou a esse tema e houve alguma surpresa na abordagem feita por algum dos escritores?

Nós levantamos diversas ideias para o tema, mas a que realmente nos contagiou foi "Tragédia". Não só porque estamos vivendo a era das Falências (ou pelo menos a que deveria ser), seja ela política, ecológica ou financeira – mas também porque a experiência do 22 de julho de 2011 está bastante presente em nossas mentes. Aquilo é um tipo de acontecimento que abalou não só a Noruega, mas outras partes do mundo. Isso por si só é um tema literário que pode ser abordado de vários ângulos, desde o material de caráter intensamente particular até o claramente político. Vários colaboradores noruegueses escreveram muito sobre o aspecto pessoal dos colapsos – o choque da morte, a ruína desesperadora das famílias. Talvez esses reflexos tenham sido – até aqui – encobertos pelas mais prosaicas formas de falência, tais como as crises financeiras dos últimos anos.

Dos diversos nomes que poderiam ser familiares aos leitores de língua inglesa, mas que não são por falta de traduções, você gostaria de citar algum?

Considero difícil, devo dizer, destacar um único nesta edição. É uma lista grande e reúne diversas vozes literárias importantes. Tenho que ressaltar que fizemos questão de traduzir todos os textos do Norueguês para o Inglês. Acreditamos que o mérito de qualidade dos textos está aí – quando o escritor é digno de ser lido em outra língua.

Você poderia nos contar qual seria o próximo tema?

Trabalho. É um tema que já foi utilizado na edição inglesa, mas nós o consideramos muito bom – além de muito importante – para abordar. Seria uma pequena ênfase do trabalho na literatura atual.

Você se lembra qual foi a primeira vez que leu a Granta?

Lembro como se fosse hoje. Foi um número de 1983, Bill Buford’s A Literature for Politics. Eu tinha apenas sete anos, portanto não poderia ler aquela publicação! Mas anos depois eu encontraria a revista em um sebo – e isso se tornaria uma lembrança inesquecível.

Fonte: Granta.com

sábado, fevereiro 23, 2013

Como as redes sociais estão mudando o jornalismo


 Autor: Christine Erickson

Enquanto até a indústria de foguetes espaciais está nas redes sociais, diversas companhias tradicionais de comunicação ainda encontram dificuldade para se aderir ao mundo digital. São empresas que insistem em restringir o acesso a grande parte do seu conteúdo, ao mesmo tempo que milhões de usuários estão atualizando perfis, postando fotos e compartilhando textos.

Mas se milhões de pessoas estão criando conteúdo todos os dias, como encontrar o que há de melhor e como conseguir gerar audiência? Atualmente, as redes sociais estão contratando equipes de produtores e editores de conteúdo especializados em criar, e monitorar, informações e notícias relevantes.

Durante o Mashable Media Summit, em dezembro de 2012, a gerente de comunidades digitais Meghan Peters discutiu como as redes sociais estão trabalhando suas estratégias de conteúdo. O debate contou com a participação da diretora editorial do Tumblr, Jessica Bennett, e do diretor executivo do LinkedIn, Daniel Roth.

Ambos profissionais são oriundos do jornalismo tradicional. Bennett formou-se editora na revista Newsweek e Roth trabalhou na Fortune. Bennett comentou que o tráfico no Tumblr é três vezes maior do que o do The New York Times e da CNN. O que significa mais de 80 milhões de blogs e 170 milhões de usuários, onde mais de 50% deles são pessoas abaixo dos 30 anos.

"São centenas de histórias nessas plataformas, para qualquer um olhar e ver exatamente como elas são", disse Bennett. Ela e sua equipe analisa e classifica essa quantidade esmagadora de conteúdo diariamente em razão do Storyboard, um projeto do Tumblr que destaca o trabalho jornalístico criativo e original produzido na plataforma. Bennett lida com esse trabalho assim como qualquer outro jornalista no mundo físico.

"Nós tratamos o Tumblr como se fosse uma cidade de 80 milhões de pessoas", disse ela.

O LinkedIn cuida de um público mais velho, embora também possua grande relevância. A companhia é conhecida por conectar profissionais, e recentemente apresentou o Influencer Program, que permite ao usuário receber atualizações, assim como outras informações, de grandes profissionais, celebridades e nomes populares na rede.

A intenção da plataforma é convidar o colaborador a se projetar de tal maneira como nenhum outro meio de comunicação poderia fazer, já que não há dificuldade de se publicar nas páginas pessoais – exceto para quem é escritor. Roth diz que o LinkedIn pegou o homem de meia idade – antes o jornalista costumava entrevistar a fonte, agora a fonte pode escrever seu próprio conteúdo.

"O nosso objetivo é gerar todo tipo de conhecimento profissional. O que não significa ter que viver apenas no LinkedIn", disse Roth. "Com boletins, isso fica mais fácil. No entanto, quanto mais se compartilha as coisas que estão acontecendo no mundo, mais se faz jornalismo."

Peters cita como exemplo o diretor de gestão de conteúdo do Google, Hunter Walk, que recebeu um tráfico 40 vezes maior quando seu material foi publicado, em vez do blog pessoal, no LinkedIn.

"Vamos ser honestos, a Newsweek abandonou a versão impressa, eles não têm dinheiro. Se você é jornalista e quer escrever o conteúdo da sua coluna, talvez este seja o melhor caminho", disse Bennett, ao se referir ao LinkedIn.

Bennett e Roth concordam que este tipo de noticiário não inviabiliza necessariamente o jornalismo tradicional. Roth disse que o LinkedIn tenta oferecer "notícias certas para as pessoas certas". Já o Tumblr tem o Storyboard, um elaborado sistema de tags selecionadas a mão pelos gerentes de comunidades com o melhor conteúdo, de modo que os usuários encontrem histórias específicas e de seus interesses.

"Na minha opinião, os jornalistas sempre serão necessários", disse Bennett.

Fonte: Mashable

sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Repensando a infra-estrutura: uma visão humanista


Xi'An Airport, China (por Genghiskhan/Wikipedia)

Infra-estruturas insuficientes e inadequadas constituem um dos maiores e mais complexos problemas do mundo. Em entrevista em vídeo para a consultoria mckinsey.com, que integra a série sobre o progresso "Repensando a Infra-estrutura", a presidente da Fundação Rockfeller, Judith Rodin, cita as mudanças urbanísticas registradas com o boom asiático e descreve as inovações que aproximam o desenvolvimento holístico e o planejamento de grandes obras urbanas.

Fonte: McKinsey Quarterly

Economistas criam a classe F


Notícia-Crônica

Avanço econômico-social, inclusão digital, transparência política, e respeito aos Direitos Humanos e às diferenças. Esses são os elementos que levaram os principais especialistas brasileiros em economia a rever o modelo de avaliação que define as classes sociais no país. 

Em 2013, universidades e institutos de pesquisa adotarão a mais nova variante: a classe F (ou Foda-se, como vem sendo chamada pelos especialistas). "Nos últimos anos, o crescimento do Brasil foi muito expressivo. As classes A, B, C, D e E, já não eram mais suficientes para descrever a realidade do país", disse o economista Adão Silva.

Adãozinho, como é conhecido o autor de "Avareza das Nações", explicou que a classe F é basicamente composta por pessoas entre 35 e 85 anos, homens e mulheres, semi-analfabetos a phDs, de residentes no interior ou nas grandes capitais.

"É um fenômeno irreversível", sentenciou outro pesquisador, o economista Elfim Pertto. Segundo ele, a previsão é de que, em pouco tempo, o número de integrantes da nova classe ultrapasse o de todas as outras cinco reunidas. "Esse papo que nóis é crasse 'é', mano, é a maior furada. Agora, nóis é Foda-se", comentou o catador de papéis Zé Caolho.

Vamos dar quitutes às vacas?


Quando o preço do milho aumentar, que tal alimentar o gado com tortinhas

Foto: Paul Octavious

Autora: Sara Breselor

O leite está uma delícia, mas poderia ficar bem melhor se viesse com Negresco. No que as vacas concordam. E recentemente os fazendeiros norte-americanos têm sido mais do que bem sucedidos ao satisfazê-las. No último verão, uma severa estiagem dizimou as lavouras de milho e empurrou o preço da mercadoria para o alto. Com isso, alguns produtores tiveram que se virar para arrumar comida para o seus rebanhos. As principais soluções? Barras de chocolates, goma de mascar, balas e, é claro, biscoitos.

"Este ano não foi fácil para os produtores de leite", disse Jack Hamm, do Lima Ranch, em Lodi, na Califórnia, que abastece regularmente suas cocheiras com biscoitos com prazo de validade vencido. Felizmente, o primeiro estômago dos ruminantes, o rúmen, é cheio de micro-organismos que se alimentam de tudo aquilo que o animal ingere. Esses micróbios quebram as moléculas de açúcar que se convertem facilmente em gordura e que são absorvidas diretamente pela corrente sanguínea. Desta forma, tanto os bovinos de leite quanto os de carne podem consumir doces. Praticamente nenhuma molécula escapa intacta do rúmen bovino, motivo pelo qual a vaca que se alimenta de Sucrilhos não produz o (dispensável) leite pré-açucarado.

"De qualquer tipo de comida, você pode fazer comida", disse Jim Oltjen, um especialista em ciência animal da UC Davis. Doces são bons, desde que sejam manejados com equilíbrio nas rações – em torno de 10% para cada 28 quilos de matéria seca consumida diariamente pelo animal. Nutricionistas ajudam os fazendeiros a balancear as refeições com produtos que contém glicose – tais como casca de uva e bagaço de milho – visando encontrar uma dieta mais nutritiva pelo menor preço. Não é o que a natureza programou? Talvez, mas Hamm afirma que está utilizando uma série de coisas que seriam enviadas para o lixo e, com isso, reduzindo o impacto ambiental de sua fazenda. É um jeito de deixar as coisas açucaradas.

Fonte: Wired.com

quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Mídias sociais como ferramenta de gestão


"Tudo o que se sabe sobre gestão está ultrapassado", disse o professor da Universidade de Toronto, Don Tapscott na entrevista em vídeo "Making internal collaboration work", algo como "Usando a colaboração no trabalho interno". O problema, segundo ele, é que os executivos pensam o conhecimento corporativo de maneira limitada assim como se estivessem confinados em um container. Eles estão errados: "O conhecimento mais importante não está dentro dos limites da companhia. Você não resolve isso com confinamento, mas sim com colaboração." 


Fonte: McKinsey Quarterly (Newsletter - February 2013)

Janelas de Nova York

Autor: Paddi MacDonnell



Assim como dizia Shakespeare, os olhos são janelas da alma. Desenhadas para nos apresentar o mundo exterior, um olhar profundo ao interior das janelas nos revela as mais secretas emoções humanas. 

Muita coisa pode ser dita a respeito das janelas. Que servem como fontes de luz, ou como cenário para quem mora na residência; que também nos permitem olhar lá dentro e a perceber de relance o mundo privado no seu interior. Além disso, janelas adotam em si mesmas o espírito de quem as construiu; elas carregam a ação do tempo na arquitetura; transmitem um sentimento de aconchego; potencializam os espaços.

Se as janelas dão o tom e a alma da residência, certamente algumas das janelas mais fascinantes no mundo estão em Nova York. Ao menos, parece ser essa a opinião do design gráfico José Guízar, morador de Nova York e que trabalha na bela série semanal de fotos ilustradas de janelas da metrópole.

Com um estilo único, Guízar ilustrou uma dezena de janelas da Grande Maçã – não é estranho imaginar quantas ficaram de fora já que ele esboça tudo antes de ilustrar. Através de uma silenciosa paleta de cores cinquentona, oriunda da era de ouro da propaganda, ele trabalha carinhosamente na criação de peças brilhantes que evocam as principais características de grandes cidades da Terra.

Pouco é abordado a respeito da parte interior das residências – deixando de lado estranhas cortinas venezianas, ou plantas selvagens na fachada. Guízan mantém o foco muito mais nas características arquitetônicas da construção, do que na personalidade do morador. Como exercício de simplificação, é um projeto incrível.